Por Charles W. Thurston
OBrasil pode estar começando a livrar-se do calafrio econômico que permeou o País sob a tem-pestade de corrupção que culminou com a
expulsão de seu último presidente, Dilma
Roussef. O setor automotivo vem regist-rando aquecimento, mais em exportações
do que em vendas internas, o que o leva
à um leve aumento no desempenho industrial. No geral, a previsão é de que a
economia cresça 1, 3 por cento este ano
sob a administração do presidente Michel
Temer, em comparação a uma retração de
6, 6 por cento no ano passado.
As estatísticas de janeiro a maio da
Associação Nacional de Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea), a associação nacional dos montadores, mostraram que na linha de monta-gem houve um salto de 23 por cento para 1,0 milhão de veículos, em
comparação com os números do ano anterior.
Embora o grande motor nesse crescimento seja o mercado de
exportação, o consumo interno também aumentou no período de
cinco meses. O licenciamento de veículos aumentou 25 por cento
para 196.000 veículos durante o período, em comparação com o
ano anterior, a Anfavea informa.
As exportações tanto de veículos acabados quanto de peças estão em alta. A ZEN, empresa de peças com sede em Santa Catarina,
está em busca de novos mercados na região do Oriente Médio /
Norte da África. Quer aumentar suas exportações em 20 por cento
nas vendas para Argélia, Marrocos, Egito e outros países da região.
Apesar do abatimento econômico do ano passado, o investimento estratégico em auto esteve em ascensão. Uma pesquisa
realizada pelo Banco Central do Brasil indicou que, durante os
primeiros sete meses de 2016, o investimento estrangeiro direto
na indústria automotiva Brasileira aumentou 77 por cento, em
comparação com o mesmo período no ano anterior. Entre os
novos investimentos no setor automotivo, centralizado em São
Paulo, a Volkswagen anunciou em novembro que iria investir
US$2, 18 bilhões no Brasil até 2020.
Os gastos de classe média podem fazer parte do aumento
no consumo automóveis, e podem ser um bom sinal para um
aumento, ainda este ano, na demanda do segmento de pintura
arquitetônica. Em março, Fabrice Cambolive, CEO da Renault
do Brasil, disse ao jornal Valor Econômico que acreditava em
uma recuperação rápida para o mercado brasileiro. A Renault
do Brasil está aumentando sua oferta de modelos no País para
atender a demanda por veículos utilitários esportivos ou SUVs.
Segundo Cambovile, é a categoria de maior crescimento no setor
automobilístico brasileiro. De acordo com ele, de 2014 a 2016, a
participação de mercado para SUVs cresceu de seis para 15 por
cento. “Isso é algo que nunca vi em outro país”, disse Cambolive.
A produção industrial global no Brasil também está melho-
rando, mas menos acelerada. Dados divulgados em Junho pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), agência de
estatísticas do País, revelam que houve um aumento de 0, 6 por
cento em abril em comparação com os dados de março. Em uma
base estado-a-estado, a agência também informou no estado de
Santa Catarina a produção industrial de Abril aumentou 1,2 por
cento em relação a março, enquanto na região de São Paulo caiu
apenas 0,1 por cento em relação ao mês anterior.
Este aquecimento é uma boa notícia para os fornecedores
de tintas, que aguardam a crise econômica há vários anos. A
AkzoNobel investiu US$9 milhões em uma nova fábrica de
produção de revestimentos de desempenho em Santo André, SP.
A empresa está mudando e expandindo sua operação industrial e
marítima de Niterói, Rio de Janeiro para o novo local. A instala-
ção maior terá 50 por cento de capacidade de produção ampliada
para a formulação de lotes grandes, diz a empresa. Um novo cen-
tro de distribuição também vai expandir a capacidade de envio
em 50 por cento. E um aumento na automação vai melhorar o
controle e a qualidade da produção. CW
Aquecimento do setor automobilístico
do Brasil sob novo president